Companhia nada agradável
Mais comum do que se imagina, o sintoma faz pacientes cada vez mais jovens.
Por Leila de Oliveira
leila@estilocampinas.com
Zumbido é um sintoma que atinge quase 17% da população brasileira, ou cerca de 28 milhões de pessoas. Apesar de os idosos representarem 33% dos casos, o problema vem aumentando entre os jovens.O zumbido é a percepção de um som, mesmo não havendo nenhum ruído presente. É um sintoma que sinaliza que algo não vai bem organismo. A causa está associada a várias situações, como exposição demasiada ao barulho, alterações das taxas de açúcar ou colesterol no sangue, hipertensão, entre outras doenças. Outros fatores que costumam piorar o quadro de Zumbido são ansiedade, jejum prolongado, e o consumo de álcool, sal, queijos, cafeína e doces.Segundo especialistas da área, emocionalmente, a maioria dos pacientes com Zumbido se considera saudável. Entretanto, em algumas pessoas, a convivência com o Zumbido causa angústia e estresse, e por esse motivo, dependendo do caso, o tratamento inclui ajuda psiquiátrica.Segundo a médica Otorrinolaringologista Raquel Mezzalira, do Instituto Penido Burnier de Campinas, assim que percebe o problema, o paciente deve buscar ajuda médica, independente do grau de incômodo, para que se possa fazer o diagnóstico correto de sua causa.O otorrinolaringologista, Renato Guedes de Melo Filho, também do Instituto, diz que devido a essa pluralidade de origens, o tratamento é individualizado, e segue duas linhas: uma para a causa e outro para o sintoma, e alerta que o agravamento do quadro pode levar o paciente a perda da audição.
A seguir, a Dra. Raquel Mezzalira, do Instituto Penido Burnier, fala sobre o Zumbido e suas causas:
É comum ter Zumbido?Sim. Apesar de os idosos responderem pela maior parte dos casos, o número de jovens que chegam ao consultório com o sintoma tem aumentado muito. Uma das causas é a exposição ao barulho elevado. É comum notar pessoas com fone nos ouvidos, ouvindo musicas em I-pods ou em celulares em volume tão alto, que até quem está perto consegue ouvir o som. Acima de 85 decibéis, seguramente você começa a causar um trauma acústico no ouvido.
Quais as doenças que estão mais associadas ao aparecimento deste sintoma?Cerca de 200 doenças podem ser relacionadas ao zumbido, que é um indicador de que algo não vai bem. Algumas pessoas convivem bem com o sintoma, mas é preciso descobrir e atacar a causa. Assim que o problema é notado, o ideal é que se procure um médico otorrino, que vai diagnosticar o grau do zumbido e indicar o tratamento adequado.
Ruídos e chiados percebidos de vez em quando podem ser considerados zumbidos?Não, mas podem ser um indicador. É comum a percepção de ruídos ou chiados após exposição em lugares com música em volume muito alto, mas eles costumam desaparecer horas depois. Esta é uma reação do corpo a uma agressão no sistema auditivo, que se continuada, pode levar a um trauma no ouvido, o que também causa zumbido.
Como os pacientes costumam reagir ao tratamento?Em geral, o paciente chega assustado ao consultório por não saber o que anda causando o sintoma. Alguns casos incluem medicação e outros não. Em geral, a maioria responde de maneira positiva ao tratamento.
Sabemos então que esse sintoma pode acometer mesmo com quem tem boa saúde auditiva. Como se prevenir para que o corpo não sinalize um problema através do zumbido?Manter em dia a avaliação médica geral, manter uma dieta equilibrada e praticar atividade física regularmente ajudam a manter um bom estado geral de saúde e evitam doenças que possam ser sinalizadas com o Zumbido.
Quais são os avanços na área médica para ajudar quem sofre de Zumbido?Os esforços se concentram para que haja um rápido diagnóstico da causa do zumbido. Já sabemos que, quanto antes se iniciar o tratamento correto, maiores as chances de evitar uma lesão permanente no aparelho auditivo.
Serviço:O GAPZ (Grupo de Apoio a Pessoas com Zumbido) foi criado com o objetivo de dar apoio e informações atualizadas aos portadores de zumbido.Sob o comando da médica Raquel Mezzalira, a unidade de Campinas do GAPZ dispõe de atividades e de palestras mensais sobre o assunto.Para saber mais ligue para (19) 3252-4241
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