quarta-feira, 30 de setembro de 2009

ENTREVISTA LUISA MELL- Jornal 100% Vida- Set/09

É ANIMAL!CAMPINAS REPRESENTA IMPORTANTE MERCADO PARA O SEGMENTO PET

Entrevista: Apresentadora Luiza Mell fala as atribuições para quem tem, ou pensa em adotar um animal, e chama a atenção para as causas de proteção a eles.

Por Leila de Oliveira
leila@jornalmundopet.com.br


A convivência com eles promove melhorias na saúde, alegria ao ambiente e aumenta consideravelmente as chances de se fazer novas amizades.Segundo a última pesquisa sobre o comportamento dos donos de animais de estimação, divulgada pelo Comac (Comissão de animais de companhia), as descobertas sobre os efeitos positivos na vida de quem tem um animal em casa se revelaram surpreendentes.
A notícia vai de encontro ao fato de que o segmento Pet não para de crescer, especialmente na cidade de Campinas, onde movimenta cerca de R$ 313,2 milhões por ano. A pesquisa revelou que a cidade é a terceira do País no número de lares com animais de estimação – cerca de 650 mil casas- e representa importante mercado para este nicho. Boa notícia para o setor, que ainda tentar se entender com a patrulha formada por alguns grupos e ONG’s, que se dizem contrários a relevância dada ao tema, visto vivermos num país que “mal cuida de suas crianças” (SIC). Polêmicas a parte, o segmento segue em franca expansão, e o interesse dos empresários do setor por conhecer, entender e melhorar a interação entre dono e animal é uma constante.Outra boa notícia é que aumentou o número de pessoas e grupos dispostos a melhorar a vida cães e gatos de ruas, ao ajudá-los a encontrar um lar e em evitar e denunciar maus tratos.
No Brasil, uma das celebridades mais engajadas nas causas de proteção aos animais é a apresentadora Luisa Mell, 31. Durante sete anos, ela apresentou o programa Late Show, pela Rede TV,onde marcou época pela forma atuante e corajosa com que denunciava crimes por maus tratos, e por apoiar projetos de leis ligados a proteção e respeito aos animais. Dentre seus principais feitos, está a conquista da proibição dos números circenses com animais “Conseguimos a aprovação primeiro em São Paulo, e em pouco tempo, a lei foi ampliada para todo o Brasil”diz ela sobre a proibição deste tipo de espetáculo pelos empresários de Circos, que tem 8 anos para se adequarem á nova legislação.
De seu escritório em São Paulo, ela concedeu a seguinte nos concedeu a seguinte entrevista:

Quando começou seu interesse na luta pelos direitos e bem estar dos animais?

Eu sempre gostei do tema, ganhei meu primeiro cachorro, um vira-lata , quando tinha sete anos.A idéia do programa Late Show veio do meu pai, e no inicio, era pra ser apenas mais um meio de interagir com as pessoas sobre os cuidados com os animais de estimação. Aos poucos, fui me envolvendo ativamente com a questão dos direitos dos animais, e a cada visita ao centro de Zoonoses de São Paulo, eu me conscientizava mais da necessidade e importância desta luta.

Quais foram as principais campanhas e conquistas dessa época?

Além de promover a conscientização da população e gerar debate sobre o tema, conseguimos apoiar e acompanhar importantes progressos na legislação sobre o assunto, como a lei de número 12916,de autoria do deputado estadual Feliciano Filho,cuja aprovação deu fim a matança indiscriminada de cães e gatos recolhidos nas ruas de São Paulo, ao ampliar este prazo de 3 para 90 dias.
No momento,gostaria de chamar a atenção para o projeto de lei federal 4548/98, que propõe a exclusão de todos os animais domésticos e domesticados da proteção do Estado.
O autor deste projeto é o deputado do PSDB de Alagoas José Thomaz Nonô e já se encontra em fase de votação no Senado. Diariamente, milhares de animais sofrem e morrem vítimas da crueldade humana, pesar do fato ser criminoso. Se aprovada essa lei, o número de casos vai aumentar
Peço que todos se manifestem contrários a este projeto, pelo Disk Câmara. O número é o 0800-619619, e a ligação é gratuita.
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Você sempre defendeu a esterilização dos animais como forma de protegê-los. Fale sobre isso:

Esterilizar o animal é atitude humanitária,e única saída para o problema da superlotação de cães e gatos.
Chamar atenção para a necessidade da esterilização em cães e gatos foi outra conquista importante, mas é preciso que se fale muito disso.
Em sete anos de ciclo sem controle, uma única fêmea pode vir a ter até 48 mil descendentes destes, pelo menos 70 % acabam nas ruas, onde morrem, vítimas de maus tratos.


Em termos de comportamento,como você analisa a questão da “humanização” do animal, pelo dono, e como vê o apelo do setor para novas necessidades, a cada dia?
Acho natural que qualquer pessoa gaste a quantia que quiser para bem estar de seu animal, afinal, pode-se gastar muito dinheiro na compra de um sapato, de uma bolsa, ou mesmo numa festa, e ninguém cria polêmica por causa disso. A relação entre um animal de estimação e seu dono é de amizade, e o dono gosta de ver a felicidade do seu bichinho a cada “mimo” que ganha. É uma troca saudável, e os cuidados de manutenção, como banho, tosa, vacinas; longe de serem supérfluos, são super importantes para a saúde do animal.

Há campanhas que buscam estimular a adoção , em vez da compra de um animal de estimação. O que pensa sobre isso?

Adquirir um animal é um ato de imensa responsabilidade. Quando filhotes, eles são fofos, é fácil se apegar,e se tem a impressão de que será sempre assim.Mas eles crescem, dão trabalho, fazem sujeira.. e quem quer um amigo pet tem que estar ciente disso, pra que o animal não vire um “fardo”e venham a ser abandonado na primeira oportunidade; o que é um absurdo, mas que acontece muito, ainda.
Tenho dois vira-latas e os dois labradores, todos adotados em abrigos para cães, mas acho natural alguém optar pela compra; pra quem busca determinada raça de cachorro, por exemplo, pode ser muito prático.O mais importante é que esse dono saiba cuidar bem de seu novo amigo.

E quais os cuidados a serem observados no momento da escolha?

Antes da compra, é importante que as pessoas se atentem para as condições gerais do criadouro, que observem os cuidados que a loja ou feira dispensa aos animais expostos.
Muitos criadores atuam de forma ilegal. Promovem a cruza desordenada, mantêm os filhotes em condições cruéis de sobrevivência, expostos ao calor, sem conforto algum.Muitos morrem, e são rapidamente “substituídos,”como se fossem simples mercadorias.
Se atentar para esse detalhe é importante para que a pessoa não financie,mesmo que de forma involuntária, as atividades dos comerciantes que agem de forma desrespeitosa aos animais.

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