segunda-feira, 4 de maio de 2009

Saúde - Cigarros - Fumante passivo

Saúde
Sim, você fuma
Estudos concluem que as pessoas expostas à fumaça de cigarro estão sujeitas às mesmas doenças que atingem quem fuma.

Por Leila de Oliveira
leila@estilocampinas.com
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) são consideradas fumantes passivos pessoas que nunca fumaram, mas que convivem com pelo menos um fumante em domicilio ou local de trabalho. Esta convivência que nunca gerou grandes polêmicas promete azedar de vez com a divulgação dos resultados de um estudo científico realizado nos Estados Unidos.Segundo a pesquisa, quem se expõe constantemente à fumaça alheia corre os mesmos ricos de desenvolver as doenças que atingem quem fuma.O autor do estudo, o físico Cheng Boo, do Children’s Hospital of Philadelphia,(EUA), analisou um grupo de pessoas que se expôs à fumaça de cigarro por pelo menos dez anos. Como resultado foram observados sinais de enfisema pulmonar em 33% dos fumantes passivos pesquisados, além de alterações pulmonares similares às encontradas em fumantes.O estudo concluiu que a fumaça do cigarro é prejudicial à saúde tanto em quem se vê obrigado a aspirá-la, quanto um fumante habitual.
Campanhas anti-tabagistas A boa notícia para os interessados no assunto, é que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), nas últimas duas décadas, o número de fumantes vem caindo no Brasil-cerca de 40% nos últimos 15 anos - e no mundo, principalmente entre os países desenvolvidos, como resultado das campanhas de esclarecimento à população e à proibição de propaganda do produto. Com cerca de 20% de fumantes em sua população, o Brasil está entre os paises com menor incidência de tabagistas no mundo.Em contrapartida, a indústria do cigarro tem investido em países em desenvolvimento, como a China e Índia, onde não existe mobilização das autoridades para coibir o fumo.Outro público alvo são as mulheres, que vêm consumindo cada vez mais cigarros, principalmente as mais jovens, alheias ou indiferentes aos efeitos devastadores do cigarro na saúde e estética feminina. Para os defensores do ambiente livre de tabaco, os esclarecimentos à população devem ser intensificados, medida defendida pela médica e especialista em Tabagismo, Catarina B. Figueiredo, pós-graduada em Medicina do Trabalho pela Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, habilitada na abordagem em tabagismo pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer) e Ministério da Saúde, e membro do Comitê para Promoção de Ambientes Livres do Tabaco, da Unicamp.Catarina explica que a conscientização sobre o assunto é importante para que se faça uso das ferramentas existentes: “A única maneira de se proteger das doenças relacionadas ao tabagismo é exigir que se cumpra a lei que proíbe o fumo em locais fechados. A lei federal 9294/96 é falha, pois permite brechas, mas em Campinas (SP), uma lei municipal garante a proibição de cigarros em restaurantes”, afirma.Sobre o assunto, a médica concedeu a seguinte entrevista ao Jornal 100% Vida:

Existem níveis seguros de exposição à fumaça de cigarro?Não existe. Estudos científicos asseguram que o tabagista passivo está sujeito a desenvolver as mesmas doenças que o fumante. O tabagismo passivo está relacionado a cerca de cinqüenta doenças crônicas, que matam, só no Brasil, sete pessoas por dia.
Quais são os principais focos de exposição?Boates, bares, restaurantes e locais de trabalho são fontes de exposição altíssima. Seguramente, ao final de 4 horas de freqüência numa boate, por exemplo, quem não fuma, terá consumido, por tabela, cerca de 10 cigarros. Em restaurantes e bares, a situação não é muito diferente, pois fumantes e não fumantes estão delimitados por uma linha imaginária.
Recentemente, uma pesquisa concluiu que fumantes passivos também desenvolvem alterações pulmonares, sintomas só atribuídos ao tabagista ativo. De que forma esta informação pode ser analisada?
Esta é uma informação que só está sendo noticiada agora, mas grupos anti-tabagistas já lutavam para torná-la pública há quase 20 anos. Na queima de um cigarro, são liberadas mais de quatro mil substancias tóxicas, sendo que dessas, mais de 60 são conhecidamente cancerígenas. A fumaça produzida entre as tragadas, contem três vezes mais nicotina e metais pesados que a exalada pelo fumante, o que faz com o número de mortes por tabagismo passivo seja maior.
De acordo com o Ministério da Saúde, o número de mulheres fumantes vem aumentando significativamente, no Brasil e no mundo. A que isto pode ser atribuído?
Com a proibição de propaganda de cigarros, a indústria tabagista está de olho nas novelas e anda investindo muito em cinema, no que eu chamo de “publicidade disfarçada”. É fácil notar que há sempre uma heroína, uma figura marcante feminina com um cigarro aceso na mão. Além deste apelo, que é uma artimanha da indústria do fumo, pesquisas mostram que os homens são mais firmes na decisão de parar fumar. Claro que o ritmo atual de vida da mulher acarreta ansiedade. Ela passa a fazer do hábito, uma válvula de escape, o que é uma armadilha, pois os estragos do cigarro no organismo feminino são devastadores.
Qual a alternativa para o fumante que não consegue largar o vício, mas não quer se privar do convívio social? Se pensarmos que os fumantes são menos de 20% da população nacional, esse é um discurso sem nexo. O fumante deve ter seu direito preservado, mas que o faça em sua casa, sem prejudicar outras pessoas. Não dá para discutir acordo, harmonia e convivência pacífica, quando o que se está em jogo são saúde e vida.
Quem quiser obter mais informações sobre grupos anti-tabagistas devem ligar para o telefone abaixo ou enviar um e-mail. 19-3832-2624cbfiguer@hotmail.com

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